sexta-feira, 14 de maio de 2010

Inversão de Rumos ou Azimutes

Azimute é uma direção medida em graus (de zero a 360) tendo por referência o Norte (que pode ser o magnético, o geográfico ou do sistema UTM). Exemplo de como aferir um azimute: estando no marco inicial 1, observa-se o marco 2 e, com o auxílio de uma bússola, obtém-se a medida, em graus, da direção 1–2; isso denomina-se azimute 1–2. Se o marco 2 estiver exatamente ao norte do marco 1, o azimute 1–2 é 0º (ou 360º) e o seu contra-azimute (ou seja, a direção inversa, o retorno do marco 2 ao marco 1) é o Sul, ou seja, azimute 180º. A seta vermelha da figura seguinte aponta para o Nordeste, cuja direção é o azimute 45º.

Azimutes e a rosa-dos-ventos.

O uso equivocado de azimutes invertidos (ou contra-azimutes) é algo muito comum, quase sempre gerado no momento do desmembramento do imóvel, em que, por falta de atenção, utiliza-se para os novos imóveis o mesmo dado numérico grafado na linha divisória entre as duas glebas.
Essa falha é ainda mais comum nos projetos de grandes empreendimentos, em que uma extensa área é parcelada em centenas de pequenos lotes. Por falta de espaço na planta, é colocado apenas um dado por perimetral, mesmo que esta se refira a dois ou mais imóveis. Exemplo num simples desmembramento de um imóvel urbano em dois lotes:

Projeto de desmembramento.

Os azimutes e distâncias indicados no imóvel primitivo referem-se às perimetrais 1®2, 2®3, 3®4 e 4®1. Até aí, não há dificuldade alguma para que um estagiário extraia da planta os dados necessários para elaborar o memorial descritivo que será assinado pelo agrimensor. No entanto, igual facilidade ele não terá para a definição dos azimutes da nova perimetral (entre os marcos “a” e “b”), perimetral esta que é comum aos dois lotes resultantes do desmembramento.
Ao descrever o lote 1, o estagiário extrairá os seguintes dados: 1®a: Az. 50º - 20m; a®b: Az. 298º - 27m; b®4: Az. 230º - 10m; e 4®1: Az. 140º - 25m. Para isso, bastou copiar os dados impressos na planta. No entanto, para descrever o lote 2, a nova perimetral será utilizada no sentido inverso, ou seja, em vez de a®b, deve-se seguir na direção b®a. Portanto, a descrição do lote 2 seria a seguinte: a®2: Az. 50º - 10m; 2®3: Az. 320º - 25m; 3®b: Az. 230º - 20m; e b®a: Az. 118º - 27m. Atente que, na planta, foi indicado apenas o azimute a®b, que é o Az. 298º (indicação correta). No entanto, dificilmente o estagiário teria conhecimento técnico suficiente para perceber que o valor indicado referia-se à direção a®b e que, para obter a direção b®a, necessário para a descrição do lote 2, teria que calcular o contra-azimute (no caso, subtraindo 180º do valor indicado). Mesmo quem tem experiência e conhecimento técnico suficientes não estaria livre de cometer tal equívoco.

Utilização equivocada de contra-azimute.

Para evitar tais deslizes, alguns profissionais têm apresentado plantas com todos os dados utilizados nas descrições, conforme demonstrado na figura seguinte. Essa forma de proceder é ideal para o registro imobiliário, pois facilita aos leigos a compreensão da planta. No entanto, isso nem sempre se mostra viável em projetos de maior envergadura.

Projeto de desmembramento com dados mais completos.

3 comentários:

  1. aDOREI , ME FEZ ENTENDER O QUE É AZIMUTE, A QUAL SE TRATANDO DE GRANDES AREAS DE TERRAS TANTO URBANAS COMO RURAL , DEU DE TER UM BOM CONHECIMENTO, MAS PRECISO DE EXPLICAÇÃO DIREITA , COMO TER AULAS SOBRE AGRIMENSURAS, AZIMUTE, CONTRA -AZIMUTE, DESCRIÇÃO TABULAR, DESCRIÇÃO TECNICA, ESPECIALIDADE OBJETIVA, RUMOS ETC.. sOU LEIGA NO ASSUNTO, SOMENTE SOU CORRETORA DE IMÓVEIS E NO MOMENTO ESTOU COM GRANDES ÁREAS A VENDER , FAZENDAS RURAIS , E PRECISO ENTENDER MAIS SOBRE TERRAS AGRÁRIAS ENTRE OUTROS. TEM APOSTILAS PARA ENVIAR. OBRIGADA (lauzemar@gmail.com)

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  2. Muito Bom, melhor explicação que achei até agora, porém ainda estou com dificuldade pra localizar um terreno descrito numa escritura. Meu nome é Eduardo Almeida, e-mail: eduardo_cesa@hotmail.com
    Se puder me ajudar, segue os dados:
    -
    Terreno situado na Zona Rural de Santo André Inicia-se na margem da estrada que vai para Ribeirão Pires, no marco MB-17 e segue rumo S 11º 21' na distância de 370,40m, até a fronteira com São Bernado do Campo confrontando à direita com a Someca Sociedade Mercantil de Caminhões e Automóveis Ltda. seguindo o mesmo rumo por 997,29m até o marco MB-102, daí deflete à esquerda rumo N 78º 39', com a distância de 50,56m à direita ainda da Someca até o corrego que deságua na Represa Billings, na altura da cota 747, no marco MA-102 segue a sinuosidade da represa por 747 metros, passando pelo marco 104 até o marco 120, onde se acha localizado o ponto 3. Daí deflete à esquerda por 570m confrontando com terras do Grêmio Recreativo Alcace até o ponto 2, desse ponto segue em frente por 1.148m até o ponto 1 localizado na margem direita da estrada que vai para Ribeirão Pires, confrontando em toda essa extensão com terras do Gremio Recreativo Alcase. Daí segue pela margem direita dessa estrada, na direção sudoeste até o ponto de partida (marco MB-37)

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  3. Muito bom melhor explicação que achei até agora mas preciso de mais aula para entender melhor os posicionamento dos azimuye.

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